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✫¸.•°Despedida: Separação e Perda
É bastante compreensível as lágrimas pela separação. A separação pode representar um estado momentâneo, que não significa, necessariamente, a quebra de uma relação, a ruptura de um vínculo afetivo, mas, uma interrupção necessária para seguirmos o nosso próprio trajeto. A perda também não existe, como bem disse um grande filósofo:... "na natureza nada se perde, tudo se transforma". A própria destruição ocorrida pelos "tsunamis" da vida é, na verdade, "transformação" e, a transformação é necessária para o desenvolvimento da Humanidade, segundo os ensinamentos espíritas. É preciso aprendermos a nos despedir, aprender o desapego das coisas, das pessoas, dos costumes. Desapego não é desprezo, e sim, aceitar, de boa vontade, essas transformações em nossas vidas, designadas por Deus.
As lágrimas de tristeza são inevitáveis, no entanto, sofrer é uma opção. A forma como demonstramos os nossos sentimentos e emoções está de acordo com o grau da nossa evolução. A separação, bem como a perda de entes queridos, despertam na alma emoções que se condensam no corpo físico em lágrimas. As lágrimas são, pois, como a materialização das nossas emoções mais profundas, as vindas da alma. O sofrimento nasce da imaturidade do espírito em trabalhar com essas sensações. É o grau de desenvolvimento espiritual que nos permite sentir sem sofrer, ou seja, comover-se sem, com isso, absorver o sofrimento. O conhecimento espiritual mostra-nos a necessidade do "fim", que, em si mesmo, não é o fim, mas o recomeço, ou, um novo começo, a regeneração.
Morre-se o corpo físico para renascermos em espírito. O corpo nasce, cresce, definha e morre. Porém, a alma liberta-se e, torna-se Espírito, uma metamorfose comparada à da borboleta e do casulo. Despe-se da roupagem pesada (invólucro corpóreo), e voa-se livre. Morrer, assim, significa uma nova vida, um renascimento, é o sinal de que já se cumpriu, neste tempo, o que foi determinado por Deus, Senhor único de tudo o que há no Céu e na Terra. Vale lembrar que o nosso tempo não é o de Deus. A nossa curta visão não nos permite enxergar além de 180º à nossa volta, e, a nossa pouca evolução espiritual não nos permite perceber, além do nosso campo visual, a grandeza em tudo o que há no Universo, pois que, tudo parte do Princípio Inteligente Universal, que é Deus, assim sendo, nada é por um "acaso". Não conseguimos, enfim, captar a essência de tudo o que está envolto na perda, nas dores e nas calamidades. O não conhecimento das causas leva-nos ao desajuste mental como forma de defesa: "(...) o que chamais destruição não passa de uma transformação (...)" (KARDEC)
Quando "perdi" Puma, a minha cadelinha, no seu primeiro ano de vida, não entendia nada sobre esse processo, ainda sabendo que tudo tem início, desenvolvimento e fim, não compreendia a existência de Deus sobre todas as coisas, sobre a "vida" e a "morte". Deus não prescreve sofrimento a nenhuma de suas criaturas, senão, para o seu desenvolvimento moral, pois que, não seria bom e justo. Se ainda sofremos é por não O conhecermos, por não confiarmos, verdadeiramente, na Sua suprema existência. Acreditássemos que está sobre todas as coisas não lastimaríamos, ao contrário, referíamos-lhe glória em louvor e agradecimento.
Se tivesse compreendido os ensinamentos do Evangelho, segundo Cristo, entenderia que fiz o que tinha que ser feito naquele momento, para o meu bem, de minha família e da própria Puma, que sofria de uma doença, no caso dela, incurável - cinomose - pois que já havia atingido seu sistema nervoso central. Ela já não mais se alimentava, não dormia e mordia a quem se mexesse próximo dela, incluindo-nos, os seus donos... Lembro-me da minha filha chorando, dizendo: "o que mais me dói é saber que ela jamais me mordeu antes dessa doença, sei que ela não queria me morder". E como doeu, em mim, tê-la que sacrificar pelo bem de todos. Eu não "a" sacrifiquei, eu "me" sacrifiquei, morri um pouco no instante de assinar a sua sentença de morte. As minhas mãos que só lhe deram carinho, abreviavam-lhe a vida.
Ainda não estou completamente curada da dor, choro ao relatar. Sempre penso que a dor já passou, mas não passou, apenas deixou de ser sofrimento. Mesmo sendo, hoje, estudante do Espiritismo, ainda não me transformei internamente, esforço-me. Mas, quem disse que seria fácil libertar-se das amarras da razão? Ao menos, os meus olhos já não disparam "piscadelas", num descontrole total, como se, a apagar os reflexos de culpa da minha consciência, já não sinto mais culpa. Aceito que foi como precisava ser. O por quê? Só a Deus pertence conhecer.
Resistimos às perdas por não compreendermos os ganhos. Com a dor da "transformação", ganhei em força, em paciência e em auto-conhecimento para minha alma. Passei a buscar essa "reforma íntima". Procurei conhecer em Kardec, no Livro dos Médiuns, sobre os animais, sobre a sua existência em nossas vidas: "(...) Deus colocou os animais ao vosso lado como auxiliares, para vos alimentarem, para vos vestirem, para vos secundarem (...) Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem sujeitos à mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se conservarão até a extinção de suas raças" (O Livro dos Médiuns, cap. XXII). Aprendi, assim, a amar sem excesso, sem apego, compreendendo que somos apenas depositários do Senhor, usufrutuários dos bens terrenos, que nada nos pertence, para tudo há um propósito Divino: "tudo voltará à Deus".
Dei-me conta do amor sem apego quando da separação de minha filha. Ela seguiu para morar em um outro Estado, no sentido de construir o seu próprio trajeto, cumprir seu destino. Entendo que é uma separação apenas geográfica e temporal. A distância não existe para almas que se afinam, amam-se, nem para os Espíritos! Chorei a despedida pois que ainda necessito, devido a minha imperfeição, "tocar" o amor, mas não é sofrimento, não é solidão. Estou sozinha sem me sentir só. Compreendo que seguir, cada qual, o seu destino, faz parte da nossa caminhada. Antes de partir, disse-me: "mãe, depois você vem morar comigo em São Paulo". Respondi-lhe que esse é um projeto de vida dela, e não meu. Ela tem que vivê-lo, é o seu processo de amadurecimento e construção, e o meu de reconstrução. A separação, para ela, significa o começo do "caminhar com as próprias pernas", para mim, o "reaprender a andar sozinha". Como todas as coisas do mundo, os filhos também não nos pertencem.
Desejo que quando Deus perguntar-me do que foi feito da criança que me confiou, possa responder-lhe: "tornou-se uma linda criatura Senhor. Ela cresceu dentro dos princípios morais cristãs, evoluiu e seguiu, Senhor, o seu próprio caminho, constituiu uma nova família e, isto muito alegra-me, Senhor. Dela só tive do que me orgulhar, do que bem dizer. E, isto é motivo de felicidade para uma mãe em processo de aprendizado. Creio Senhor, que muito mais aprendi a partir dela. Obrigada, Senhor, por tê-la permitido na minha existência. Saudades! Ah! são muitas! Mas saudade não é tristeza, só a sentimos de quem verdadeiramente amamos". Que Assim Seja!
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✫¸.•°Despedida: Separação e Perda
É bastante compreensível as lágrimas pela separação. A separação pode representar um estado momentâneo, que não significa, necessariamente, a quebra de uma relação, a ruptura de um vínculo afetivo, mas, uma interrupção necessária para seguirmos o nosso próprio trajeto. A perda também não existe, como bem disse um grande filósofo:... "na natureza nada se perde, tudo se transforma". A própria destruição ocorrida pelos "tsunamis" da vida é, na verdade, "transformação" e, a transformação é necessária para o desenvolvimento da Humanidade, segundo os ensinamentos espíritas. É preciso aprendermos a nos despedir, aprender o desapego das coisas, das pessoas, dos costumes. Desapego não é desprezo, e sim, aceitar, de boa vontade, essas transformações em nossas vidas, designadas por Deus.
As lágrimas de tristeza são inevitáveis, no entanto, sofrer é uma opção. A forma como demonstramos os nossos sentimentos e emoções está de acordo com o grau da nossa evolução. A separação, bem como a perda de entes queridos, despertam na alma emoções que se condensam no corpo físico em lágrimas. As lágrimas são, pois, como a materialização das nossas emoções mais profundas, as vindas da alma. O sofrimento nasce da imaturidade do espírito em trabalhar com essas sensações. É o grau de desenvolvimento espiritual que nos permite sentir sem sofrer, ou seja, comover-se sem, com isso, absorver o sofrimento. O conhecimento espiritual mostra-nos a necessidade do "fim", que, em si mesmo, não é o fim, mas o recomeço, ou, um novo começo, a regeneração.
Morre-se o corpo físico para renascermos em espírito. O corpo nasce, cresce, definha e morre. Porém, a alma liberta-se e, torna-se Espírito, uma metamorfose comparada à da borboleta e do casulo. Despe-se da roupagem pesada (invólucro corpóreo), e voa-se livre. Morrer, assim, significa uma nova vida, um renascimento, é o sinal de que já se cumpriu, neste tempo, o que foi determinado por Deus, Senhor único de tudo o que há no Céu e na Terra. Vale lembrar que o nosso tempo não é o de Deus. A nossa curta visão não nos permite enxergar além de 180º à nossa volta, e, a nossa pouca evolução espiritual não nos permite perceber, além do nosso campo visual, a grandeza em tudo o que há no Universo, pois que, tudo parte do Princípio Inteligente Universal, que é Deus, assim sendo, nada é por um "acaso". Não conseguimos, enfim, captar a essência de tudo o que está envolto na perda, nas dores e nas calamidades. O não conhecimento das causas leva-nos ao desajuste mental como forma de defesa: "(...) o que chamais destruição não passa de uma transformação (...)" (KARDEC)
Quando "perdi" Puma, a minha cadelinha, no seu primeiro ano de vida, não entendia nada sobre esse processo, ainda sabendo que tudo tem início, desenvolvimento e fim, não compreendia a existência de Deus sobre todas as coisas, sobre a "vida" e a "morte". Deus não prescreve sofrimento a nenhuma de suas criaturas, senão, para o seu desenvolvimento moral, pois que, não seria bom e justo. Se ainda sofremos é por não O conhecermos, por não confiarmos, verdadeiramente, na Sua suprema existência. Acreditássemos que está sobre todas as coisas não lastimaríamos, ao contrário, referíamos-lhe glória em louvor e agradecimento.
Se tivesse compreendido os ensinamentos do Evangelho, segundo Cristo, entenderia que fiz o que tinha que ser feito naquele momento, para o meu bem, de minha família e da própria Puma, que sofria de uma doença, no caso dela, incurável - cinomose - pois que já havia atingido seu sistema nervoso central. Ela já não mais se alimentava, não dormia e mordia a quem se mexesse próximo dela, incluindo-nos, os seus donos... Lembro-me da minha filha chorando, dizendo: "o que mais me dói é saber que ela jamais me mordeu antes dessa doença, sei que ela não queria me morder". E como doeu, em mim, tê-la que sacrificar pelo bem de todos. Eu não "a" sacrifiquei, eu "me" sacrifiquei, morri um pouco no instante de assinar a sua sentença de morte. As minhas mãos que só lhe deram carinho, abreviavam-lhe a vida.
Ainda não estou completamente curada da dor, choro ao relatar. Sempre penso que a dor já passou, mas não passou, apenas deixou de ser sofrimento. Mesmo sendo, hoje, estudante do Espiritismo, ainda não me transformei internamente, esforço-me. Mas, quem disse que seria fácil libertar-se das amarras da razão? Ao menos, os meus olhos já não disparam "piscadelas", num descontrole total, como se, a apagar os reflexos de culpa da minha consciência, já não sinto mais culpa. Aceito que foi como precisava ser. O por quê? Só a Deus pertence conhecer.
Resistimos às perdas por não compreendermos os ganhos. Com a dor da "transformação", ganhei em força, em paciência e em auto-conhecimento para minha alma. Passei a buscar essa "reforma íntima". Procurei conhecer em Kardec, no Livro dos Médiuns, sobre os animais, sobre a sua existência em nossas vidas: "(...) Deus colocou os animais ao vosso lado como auxiliares, para vos alimentarem, para vos vestirem, para vos secundarem (...) Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem sujeitos à mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se conservarão até a extinção de suas raças" (O Livro dos Médiuns, cap. XXII). Aprendi, assim, a amar sem excesso, sem apego, compreendendo que somos apenas depositários do Senhor, usufrutuários dos bens terrenos, que nada nos pertence, para tudo há um propósito Divino: "tudo voltará à Deus".
Dei-me conta do amor sem apego quando da separação de minha filha. Ela seguiu para morar em um outro Estado, no sentido de construir o seu próprio trajeto, cumprir seu destino. Entendo que é uma separação apenas geográfica e temporal. A distância não existe para almas que se afinam, amam-se, nem para os Espíritos! Chorei a despedida pois que ainda necessito, devido a minha imperfeição, "tocar" o amor, mas não é sofrimento, não é solidão. Estou sozinha sem me sentir só. Compreendo que seguir, cada qual, o seu destino, faz parte da nossa caminhada. Antes de partir, disse-me: "mãe, depois você vem morar comigo em São Paulo". Respondi-lhe que esse é um projeto de vida dela, e não meu. Ela tem que vivê-lo, é o seu processo de amadurecimento e construção, e o meu de reconstrução. A separação, para ela, significa o começo do "caminhar com as próprias pernas", para mim, o "reaprender a andar sozinha". Como todas as coisas do mundo, os filhos também não nos pertencem.
Desejo que quando Deus perguntar-me do que foi feito da criança que me confiou, possa responder-lhe: "tornou-se uma linda criatura Senhor. Ela cresceu dentro dos princípios morais cristãs, evoluiu e seguiu, Senhor, o seu próprio caminho, constituiu uma nova família e, isto muito alegra-me, Senhor. Dela só tive do que me orgulhar, do que bem dizer. E, isto é motivo de felicidade para uma mãe em processo de aprendizado. Creio Senhor, que muito mais aprendi a partir dela. Obrigada, Senhor, por tê-la permitido na minha existência. Saudades! Ah! são muitas! Mas saudade não é tristeza, só a sentimos de quem verdadeiramente amamos". Que Assim Seja!
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